A meio do ano, as exportações do sector ainda apresentavam um crescimento modesto de 1% em valor. Desde então, estão em queda e fecharam setembro a recuar 5,2%
A indústria portuguesa de calçado fechou os primeiros 9 meses do ano com uma quebra homóloga de 5,2% nas exportações, para os 1,457 mil milhões de euros e o sector antecipa que 2023 vai fechar no vermelho, a refletir a contração no consumo e a quebra de encomenda em alguns mercados estratégicos, com destaque para Alemanha, Dinamarca e Países Baixos.
Depois de fechar 2022 acima da barreira dos dois mil milhões de euros, um valor recorde potenciado por um crescimento de 20%, o sector do calçado começou a dar sinais de abrandamento e de um ano menos positivo ao longo dos meses, mas ainda fechou junho a crescer 1% em valor (964 milhões de euros), apesar da derrapagem de 7,3% das vendas em quantidade no primeiro semestre, para 36,6 milhões de pares.
A associação sectorial APICCAPS falava, já na altura, de “abrandamento nos principais mercados de exportação”, referindo como exemplo o caso a Alemanha, onde a sua homóloga referia o encerramento de uma sapataria em cada 10 no espaço de um ano.
Julho já trouxe uma quebra no valor homólogo das exportações, tal como agosto e, agora, setembro, sendo difícil reverter este quadro até ao final do ano, considerando a conjuntura internacional de abrandamento económico e retração do consumo e a carteira de encomendas das empresas.
A associação APICCAPS antecipa, no entanto, que 2024 pode permitir inverter o cenário atual, “a premiar o esforço das empresas para se reposicionarem e conquistarem novos clientes e mercados”, a par das “perspetivas de recuperação em alguns dos clientes da fileira”.
Fonte: Expresso