A empresa de biotecnologia 350PPM Biotech GmbH anunciou que o seu primeiro produto, Marinin®, pode dar um contributo importante para a conservação marinha e a preservação da floresta tropical e da biodiversidade oceânica.
A Marinin® é produzida por uma bactéria marinha que se alimenta exclusivamente de CO2 e utiliza hidrogénio como fonte de energia. Pode substituir quase completamente os ingredientes controversos farinha de peixe e soja em rações convencionais para aquacultura. Este foi o resultado de várias semanas de ensaios de alimentação de salmão e camarão realizados pela Pontus Research, Ltd. (Aberdere, Reino Unido).
A empresa está atualmente a planear construir uma fábrica piloto em Sines, Portugal, que utilizará CO2 do seu parceiro Maiken Foods para produzir Marinin®. Como passo seguinte, 350 PPM construirão uma fábrica industrial na cidade portuária portuguesa para ajudar a preencher a lacuna proteica. Isto porque a Europa está atualmente 70 porcento dependente das importações de proteínas do estrangeiro.
Os oceanos do mundo estão em perigo porque cada vez mais peixes pequenos e outros animais ("bycatch") estão a ser capturados para produzir farinha de peixe para alimentar peixes de aquacultura. Por exemplo, cardumes inteiros dos chamados "peixes industriais", tais como arenque, anchovas e enguias são pescados. Mexilhões, lulas e outras espécies de peixe também acabam em farinha de peixe.
A crescente procura de farinha e óleo de peixe está a ameaçar os seus stocks. Para produzir 1 kg de salmão em aquacultura, é necessário muito mais de 1 kg de peixe selvagem, apesar de todos os esforços para encontrar substitutos. Além disso, a soja é utilizada principalmente como substituto. A crescente procura global de soja está a ameaçar as florestas tropicais da América do Sul e da Ásia.
"Acreditamos que temos uma solução para este problema", disse Erwin Jurtschitsch, CEO e co-fundador da 350PPM Biotech. "Como novidade mundial, mostrámos que o nosso produto pode substituir quase completamente a farinha de peixe e a soja, os ingredientes ecologicamente mais questionáveis na alimentação dos peixes. Em vez de sobrepescar os oceanos, peixe e camarão poderiam ser cultivados em terra sem utilizar a controversa captura acessória".
"A nossa abordagem é sustentável de muitas maneiras", disse o Dr. Ludger Weß, CSO e co-fundador da 350PPM Biotech. "Utilizamos CO2 de fontes artificiais e hidrogénio gerado com electricidade verde". O nosso processo praticamente não requer terra, pouca água e pode produzir ração completamente independente da estação do ano, do tempo e do clima. Além disso, não deixamos resíduos nocivos".
350PPM é uma empresa de biotecnologia que utiliza a fermentação de precisão para produzir ingredientes de alta qualidade para rações e alimentos. A empresa foi fundada em Hamburgo (Alemanha) em 2020 e abriu uma filial em Lisboa (Portugal) em 2023.