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Alemanha: Centrais nucleares ativas até 2023

20/10/2022

O Governo alemão anunciou que irá manter as últimas três centrais nucleares do país em atividade até abril de 2023.

O encerramento definitivo das centrais estava previsto para o final deste ano. A decisão também altera o plano anunciado pelo seu Ministro da Economia e Proteção do Clima, o ecologista Robert Habeck, que em setembro passado avançou que duas dessas centrais permaneceriam em reserva, enquanto a terceira seria desligada como previsto no final deste ano.

A decisão representa uma nova alteração no calendário do apagão nuclear alemão, promovido pela primeira vez pelo Chanceler social-democrata Gerhard Schröder em 2000, com os Verdes como aliados, e recuperado em 2011 pela conservadora Angela Merkel, na sequência da catástrofe da central japonesa de Fukushima. Com a atual crise energética, o Partido Social Democrata (SPD) de Scholz começou a considerar uma extensão da existência das últimas três centrais, dependendo da situação energética do país, enquanto os liberais pediram também para reativar algumas das já desligadas.

Os especialistas receberam com agrado a decisão: o Insituto Ifo de Munique espera que a manutenção das três centrais nucleares tenha um efeito positivo sobre os preços da eletricidade, falando de uma descida possível de nove porcento ao longo do próximo ano. Já Peter Adrian, Presidente da Confederação das Câmaras de Comércio e Indústria Alemãs (DIHK) apela ao Governo federal para prepararem um novo prolongamento do prazo de encerramento, já que é necessário “tomar todas as medidas para aumentar a oferta energética e contribuir para um maior controlo dos preços energéticos, tendo em vista o inverno de 2023/24”.

Desde o início da invasão russa da Ucrânia, a Alemanha conseguiu uma redução acelerada da sua dependência energética de Moscovo. Se em fevereiro 55 porcento do total das importações de gás provinham desse país, agora a percentagem é de nove porcento, depois de ter sido substituída por transferências provenientes da Noruega, Holanda e Bélgica, principalmente. As reservas de gás alemãs já estão acima de 95 porcento da sua capacidade, um nível que se esperava que fosse alcançado no início de novembro para garantir o abastecimento necessário nos meses de inverno.

Fonte: Sic Notícias /Spiegel