A Câmara de Comércio e Indústria Luso-Alemã organizou esta semana o XXIV Simpósio Luso-Alemão de Energia, subordinado ao tema “Eficiência Energética, incl. Energias Renováveis, em Edifícios Novos e na Reabilitação Urbana”.
Cinco empresas alemãs - IBC Solar AG, LUNOS Lüftungstechnik GmbH & Co KG, MIG Material Innovative Gesellschaft mbH, tetraeder.solar gmbh e Thermotec AG - apresentaram-se nesta ocasião, disponíveis para estabelecer contacto com potenciais parceiros portugueses.
O programa deste Simpósio incluiu a participação de diversos especialistas que, numa vertente bilateral, apresentaram as diferenças e as semelhanças na gestão das questões de eficiência energética na Alemanha e em Portugal. Nuno Baptista, Coordenador de Sistemas de Gestão e de Certificação da ADENE, trouxe para a sua apresentação a realidade portuguesa: dos 3,5 milhões de edifícios existentes em Portugal, uma grande percentagem integra as classes energéticas C e D, o que revela a necessidade de investimento e de melhoria neste contexto. A Diretiva Desempenho Energético dos Edifícios da União Europeia, com aplicação nos estados-membros, representa uma mudança deste paradigma até 2030, numa primeira fase, e até 2050, numa segunda, à semelhança do que acontece em Portugal com a Estratégia de Longo Prazo para a Renovação (ELPRE).
Sobre a realidade alemã falou Karl Moosdorf, da Associação Alemã da Indústria Solar, que mostrou que, apesar das diferenças climáticas e dimensões geográficas, dos 21 milhões de edifícios existentes, uma maioria encontra-se em classes energéticas consideradas inadequadas. Também naquele país, as medidas oficiais locais e comunitárias impõem-se como um avanço na direção certa.
Num outro contexto da realidade alemã falou Levan Ekhvaia, da Sociedade Alemã da Construção Sustentável (DGNB), uma entidade com mais de 1500 membros dos mais variados setores (construção, arquitetura, engenharia, setor energético), que faz a certificação de sustentabilidade energética em todo o tipo de edifícios segundo um
catálogo de regras específicas e de acordo com critérios abrangentes de sustentabilidade. A título de exemplo do impacto da certificação, o orador explicou que o parâmetro normal na Alemanha de sustentabilidade em edifícios é de cerca de 13%, após certificação DGNB passa para uma média de 74%.
No painel de debate “Perspetivas da Eficiência Energética, incl. Energias Renováveis, em Edifícios Novos e na Reabilitação Urbana”, moderado por Sando Silva Pereira (DGEG), Ricardo Pedrosa Gomes (AICCOPN), Paulo Santos (ADENE), Ricardo Gomes (IST), Carlos Oliveira (DDN) e Levan Ekhvaia, analisaram os desafios que os players do setor enfrentam para alcançar as metas previstas pelas diretivas nacionais e europeias, o papel da certificação ou ainda as questões de sustentabilidade. Todos os intervenientes destacaram a importância de agilizar os processos burocráticos, nomeadamente ao nível do licenciamento dos edifícios, bem como a relevância de apoios financeiros que facilitem o acesso a soluções e tecnologias de eficiência energética às faixas da população que não dispõem de condições próprias para o fazer.
Por fim, Ana Rita Antunes deu a conhecer a Coopérnico, uma cooperativa única do género em Portugal, que tem por objetivo conferir benefícios ambientais, económicos e sociais aos seus membros. A finalizar o Simpósio, Tiago Marreiros Moreira e Filipe Vasconcelos Fernandes, da Vieira de Almeida VdA, apresentaram a temática “Benefícios Fiscais para a Eficiência Energética de Edifícios”.
No seguimento do Simpósio, a Câmara Luso-Alemã já agendou cerca de 50 reuniões entre as empresas alemãs participantes e potenciais parceiros de negócio portugueses.