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Encomendas à indústria alemã são sinais positivos para a economia

10/02/2022

Os livros de encomendas das empresas industriais alemãs estão cheios, o que leva o setor a acreditar numa recuperação significativa no corrente ano.

Alguns economistas contam mesmo com um boom de crescimento se as dificuldades que se fazem sentir nas cadeias de abastecimento forem vencidas. No ano passado, as encomendas na indústria aumentaram 17,8 porcento em relação a 2020, um ano marcado pelo eclodir da pandemia de coronavírus. O nível pré-crise foi ultrapassado em 9,3 porcento, os livros de encomendas estão tão preenchidos como já não acontecia desde o início dos anos 1960, confirma o Economista-Chefe do Commerzbank Jörg Krämer.

Segundo Krämer, se não houver maiores dificuldades nas cadeias de abastecimento, o princípio do verão deverá ser marcado por uma forte recuperação da economia alemã. O abastecimento e a falta de matérias-primas e de alguns produtos impedem muitas empresas de cumprir os prazos, o que afeta os negócios. O volume de negócios das empresas situou-se no ano passado cinco porcento acima do ano anterior, mas mesmo assim ainda 5,5 porcento abaixo do nível pré-pandemia.

Também Thomas Gitzel, Economista do VP Bank, conta com um forte impulso para a economia alemã logo que o fornecimento de materiais volte a funcionar em pleno. Além de preencher as encomendas, as empresas têm também de voltar a encher os seus armazéns, o que faz acreditar que os próximos meses serão cheios de atividade.

Segundo um inquérito recente do Instituto Ifo, a situação na indústria está agora mais aliviada e a percentagem de empresas que refere as questões relacionadas com as dificuldades de fornecimento e faltas de materiais desceu de 81,9 em dezembro para 67,3 porcento em janeiro. Mas Klaus Wohlrabe, responsável de inquéritos no Instituto Ifo, recusa confirmar que já estamos a assistir a uma inversão da tendência.

Já Jupp Zenzen da Confederação das Câmaras de Comércio e Indústria Alemãs (DIHK), mostra-se preocupado com a redução das encomendas vindas do estrangeiro que se tem vindo a verificar desde meados do ano passado e que poderá ser vista como um sinal de que a conjuntura mundial está a perder dinâmica e que as empresas alemãs terão de lutar para manterem a sua posição no panorama internacional.

Fonte: dpa