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Gestores alemães voltam a avaliar a situação das suas empresas com mais ceticismo

27/07/2023

O clima na economia alemã voltou a deteriorar-se em julho. O Índice Ifo de Clima Económico caiu 1,3 pontos, para 87,3 pontos, em comparação com o mês anterior, de acordo com o Instituto Ifo de Munique.

Esta é a terceira descida consecutiva deste barómetro económico. Os economistas interpretam normalmente três descidas consecutivas como um ponto de viragem económico. Era esperada uma descida mais moderada para 88,0 pontos.

"A situação da economia alemã está a piorar", comentou o presidente do Ifo, Clemens Fuest. A situação atual foi avaliada de forma significativamente pior pelas cerca de 9.000 empresas inquiridas, enquanto as perspetivas de negócios futuros foram apenas ligeiramente mais fracas.

Isto significa que as esperanças de uma recuperação económica na segunda metade do ano estão a desvanecer-se: "A fase menos positiva da economia alemã está a demorar a passar", disse o chefe do inquérito do Ifo, Klaus Wohlrabe, à agência noticiosa Reuters, perante a nova descida do índice do clima empresarial.

Uma das razões para o mal-estar, segundo ele, é a contínua fraqueza da indústria. "As empresas podem responder melhor às encomendas existentes porque os estrangulamentos nas cadeias de abastecimento estão a diminuir constantemente", disse Wohlrabe. "Mas estão a chegar menos encomendas novas." Não há praticamente nenhum raio de esperança na indústria: a metalomecânica e o setor elétrico estão agora também a enfraquecer, e a indústria química tem vindo a diminuir o ritmo há algum tempo. A procura externa também é bastante ténue. "Não se espera nenhum impulso do lado das exportações", diz o especialista do Ifo.

A situação é particularmente negativa no setor da construção, que sofre com o aumento dos juros e dos custos dos materiais. "Neste setor, o clima de negócios está pior do que em 2010", afirma Wohlrabe. A situação é menos grave entre os prestadores de serviços. O setor das TI continua a ter um bom desempenho, tal como o turismo. Por outro lado, o setor dos transportes e da logística, que depende da indústria, não está tão bem.

Fonte: Spiegel