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Indústria alemã prepara-se para a falta de gás

13/07/2022

Face à ameaça russa de parar o fornecimento de gás à Alemanha através do gasoduto Nord Stream 1 por motivos relacionados com “trabalhos de manutenção”, a indústria alemã toma medidas para prevenir eventuais falhas energéticas e de matérias-primas. A indústria química e farmacêutica poderá ser uma das mais afetadas.

De acordo com a Associação Alemã da Indústria Química (VCI), 15 porcento dos maiores consumidores de gás pertencem a este setor. O gás enquanto fonte energética e enquanto matéria-prima é fundamental para a produção de plásticos, medicamentos ou adubos. Christian Kullmann, Presidente do VCI, comentou que os preços do gás estão tão elevados que “cortam a respiração”. Para fazer face a eventuais faltas de fornecimento, o setor está a armazenar gás de modo a poder continuar a dar resposta aos seus clientes.

O Diretor Executivo do VCI, Wolfgang Große Entrup informa que “as empresas estão a preparar-se para uma redução drástica ou até para a paragem completa do fornecimento de gás”. As empresas no Sul e no Sudeste do país serão as mais afetadas porque estão dependentes do gasoduto; já as empresas no Norte e na parte ocidental do país podem ainda receber gás através dos portos aí localizados.

Por enquanto, o fornecimento mantém-se estável, mas se a situação se alterar, a indústria será primeira a sofrer as consequências. As habitações particulares, instituições públicas e o setor da saúde, nomeadamente os hospitais, estarão protegidos.

As opiniões dividem-se sobre os efeitos práticos do encerramento do fornecimento de gás russo à Alemanha: de acordo com uma análise de algumas instituições públicas, a situação poderá vir a ser preocupante, já que, dos sete cenários estudados, em três a falta de gás teria consequências que se fariam sentir no inverno. Uma outra análise, mais recente, realizada pelos institutos alemães de investigação económica, conclui que, mesmo que o fornecimento via Nord Stream 1 parasse de imediato, mesmo nos cenários mais negros não haveria falta de gás no corrente ano e, no próximo ano, apenas em cenários muito drásticos.

Fonte: dpa