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Instituto Ifo corta crescimento da Alemanha para 1,6 porcento em 2022

15/09/2022

O instituto Ifo cortou esta semana a estimativa de crescimento para a Alemanha de 2,5 porcento para 1,6 porcento para 2022.

Para 2023, espera-se uma contração de 0,3 porcento em vez de um crescimento de 3,7 porcento, conforme estimativas anteriores. Apenas em 2024 deverá haver uma normalização do crescimento económico.

"Estamos a caminho de uma recessão de inverno", disse Timo Wollmershäuser, o chefe das previsões económicas do instituto económico alemão Ifo, em comunicado.

Wollmershäuser acrescentou que "os cortes no fornecimento de gás da Rússia no verão e o consequente aumento drástico dos preços estão a arruinar a recuperação económica depois da pandemia do novo coronavírus".

"Apenas em 2024 esperamos uma normalização com um crescimento de 1,8 porcento e uma inflação de 2,5 porcento", disse. Quanto à inflação, o instituto espera que esta atinja uma média de 8,1 porcento este ano e que em 2023 aumente para 9,3 porcento.

Assim, em comparação com junho, o Ifo reduz significativamente a previsão de crescimento para 2023 em quatro pontos percentuais e aumenta significativamente a previsão da inflação em seis pontos percentuais. "Estas são mudanças invulgarmente elevadas num período de tempo tão curto", disse Wollmershäuser.

Os fornecedores de energia ajustam significativamente os seus preços de eletricidade e gás aos elevados custos de aquisição, especialmente no início de 2023, o que irá mesmo aumentar a taxa de inflação para cerca de 11 porcento no primeiro trimestre.

Como resultado, os rendimentos reais das famílias cairão drasticamente e o poder de compra será significativamente reduzido.

O terceiro pacote de apoio anunciado pelo Governo alemão pode ajudar a compensar em certa medida este declínio, mas estará longe de o compensar.

"A perda de poder de compra, medida pelo declínio dos salários reais 'per capita' este ano e no próximo ano em cerca de três porcento respetivamente, é maior do que em qualquer outro momento desde o início das atuais contas nacionais em 1970", disse Wollmershäuser.

No decurso do próximo ano, os aumentos de preços irão gradualmente enfraquecer.

O Ifo assume que haverá gás suficiente disponível no inverno, de modo que os preços da energia não aumentem mais e voltem a descer a partir da primavera de 2023, o mais tardar.

Fonte: Expresso