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Nível recorde: investimento estrangeiro na Alemanha

22/05/2024

De acordo com a Germany Trade & Invest, os compromissos de investimento aumentaram para cerca de 35 mil milhões de euros. Os EUA continuam a ser o maior investidor.

Apesar da recessão económica e do aumento dos preços da energia, as empresas estrangeiras anunciaram níveis recorde de novos investimentos na Alemanha. Em 2023, os compromissos para novos assentamentos e expansões totalizaram 34,8 bilhões de euros, conforme anunciado pela agência federal de desenvolvimento Germany Trade & Invest (GTAI) na terça-feira. Este valor excedeu em mais de um terço o nível recorde de 25,3 mil milhões de euros estabelecido em 2022.

“O nível de investimento aumentou visivelmente”, disse Achim Hartig, diretor administrativo da GTAI, à agência de notícias Reuters. Oito projetos, só por si, representam um volume de milhares de milhões.

O primeiro é o grupo de semicondutores taiwanês TSMC, que planeia investir dez mil milhões de euros numa nova fábrica em Dresden. A empresa americana de chips Wolfspeed, por outro lado, quer gastar três mil milhões de euros numa fábrica em Saarland. A empresa farmacêutica americana Lilly vai gastar cerca de 2,3 mil milhões de euros numa fábrica em Alzey, na Renânia-Palatinado, enquanto o grupo energético BP quer gastar 6,8 mil milhões de euros em dois parques eólicos no Mar do Norte.

Três centros de dados em Berlim, Wustermark, em Brandeburgo, e Hanau, em Hesse, também deverão ultrapassar a fasquia dos mil milhões de euros. A Apple, por sua vez, quer ampliar o seu centro europeu de design de chips em Munique, para o qual estão previstos mil milhões de euros.

No total, foram anunciados 1759 projetos no ano passado, ou seja, apenas novos estabelecimentos e ampliações. As aquisições e fusões não estão incluídas nestas estatísticas. Trata-se de um decréscimo de um por cento, ou seja, 24 projetos, em relação a 2022. Na Europa regista-se 7,4 por cento, e na Europa Ocidental 8,8 por cento, ou seja, um decréscimo significativamente maior em ambos os casos.

Dois terços dos projetos podem ser atribuídos à área das tecnologias de transformação, como as baterias, a energia verde ou a digitalização. Uma grande vantagem para atrair estas empresas, apesar dos elevados impostos e custos de eletricidade, é a boa disponibilidade de energias renováveis, afirmou Hartig. Em 2023, mais de metade da eletricidade consumida foi coberta por fontes de energia renováveis, como a eólica ou a solar, pela primeira vez. “Essa é uma vantagem local”, disse o especialista. O fabricante de automóveis americano Tesla e o fabricante sueco de baterias Northvolt já tinham vindo para a Alemanha por esse motivo.

Os EUA continuaram a ser o maior investidor estrangeiro no ano passado, com 235 projetos.

 

Fonte: Handelsblatt, Reuters