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O PIB da Alemanha contraiu 0,3% nos últimos meses de 2023

23/02/2024

O Produto Interno Bruto (PIB) da Alemanha contraiu 0,3% nos últimos meses de 2023, levando o governo alemão a rever em baixa as suas previsões de crescimento económico para o ano. Agora, espera-se um crescimento de apenas 0,2%, em comparação com a previsão anterior de 1,3%, refletindo um cenário de crise.

Esta crise é atribuída a vários fatores que impactam negativamente o setor industrial alemão, que representa cerca de 20% do PIB do país e que ainda não tinha recuperado totalmente para os níveis de produção anteriores à pandemia de COVID-19.

A indústria enfrenta desafios face aos custos mais elevados de energia, resultantes do conflito na Ucrânia e do fim do fornecimento de gás pela Rússia. Além disso, o aumento das taxas de juros pelo Banco Central Europeu para conter a inflação afeta a procura e o investimento.

É ainda necessário ter em linha de conta que o comércio internacional também é prejudicado pela desaceleração na China e que, portanto, não é capaz de por um lado colmatar a fraca procura interna do mercado alemão e por outro de manter os altos níveis de exportação que eram característicos da economia alemã.

A transição climática apresenta desafios adicionais, com vários setores pressionados por concorrentes, nomeadamente norte-americanos, que nestas matérias são altamente subsidiados.

A indústria automóvel, outro pilar económico alemão, sofre com a desaceleração nas vendas de veículos elétricos com o fim dos incentivos públicos. Um relatório ministerial indica que a Alemanha pode enfrentar um crescimento anémico nos próximos anos, com um "potencial" de cerca de 0,5% ao ano até 2028, devido a fragilidades estruturais, como a falta de mão-de-obra.

O ministro da Economia, Robert Habeck, reconheceu a gravidade da situação, classificando-a como um "desafio extremo" e insistindo na aceleração de reformas estruturais para fortalecer a "competitividade industrial da Alemanha".  Robert Habeck destaca que a saída da crise será mais lenta do que o esperado devido à volatilidade da economia mundial e ao baixo crescimento do comércio internacional.

Fonte: Dinheiro Vivo