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Portugal pode garantir 3% do hidrogénio necessário na UE até 2030

08/02/2024

Portugal pode contribuir para o objetivo europeu de incorporar 20 milhões de toneladas de hidrogénio limpo nos consumos da indústria e transportes.

A meta da União Europeia (UE) é de incorporar 20 milhões de toneladas de hidrogénio limpo nos consumos anuais da indústria e transportes até 2030, e de produzir metade dessa quantidade internamente em países com preços de eletricidade competitivos, como Portugal e Espanha, que diminuam o custo final do quilograma deste gás,
Segundo o presidente da REN, Rodrigo Costa, os projetos de produção de hidrogénio que já foram sinalizados em zonas como Sines e Estarreja permitem calcular que Portugal terá capacidade para suprir “dois a três por cento das necessidades da UE” e garantir pelo menos 5% da produção interna europeia até final da década.

Segundo a Comissão Europeia, em 2022, o hidrogénio representou menos de 2% do consumo de energia da Europa e foi utilizado principalmente para produzir produtos químicos, como plásticos e fertilizantes. Por outro lado, 96% deste hidrogénio foi produzido com gás natural e não através de eletricidade limpa (um conceito que está ainda a ser debatido e que poderá incluir a eletricidade produzida através de renováveis ou de nuclear, uma tecnologia de que a França já disse que não pretende abrir mão).

No evento, ficou claro que o financiamento europeu será fundamental para que avance a rede ibérica de exportação de hidrogénio e a ligação entre França e os centros consumidores alemães. A Comissão Europeia ainda não aprovou este projeto de corredor de hidrogénio como parte da lista final dos projetos de interesse comum (PIC), o que se espera que aconteça até final deste ano. Só depois disso poderão as empresas vir a candidatar-se aos financiamentos. De um total de 166 projetos (que também incluem projetos de interesse mútuo, que contemplam infra-estruturas entre a UE e países parceiros) já pré-qualificados, um é a ligação Celorico-Zamora (CelZa), que representa um investimento de mais de 200 milhões de euros e prevê a construção de 242 km de condutas, dos quais 162 km em Portugal, para ligar ao H2Med na fronteira espanhola (que inclui a ligação marítima Barcelona-Marselha).
 

Fonte: Público