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Programa de apoio para empresas alemãs afetadas pela guerra na Ucrânia

10/03/2022

As empresas alemãs que venham a ser afetadas pelo conflito que opõe a Ucrânia à Rússia podem receber apoio através de um programa de créditos do banco de fomento KfW, de modo a garantir a sua liquidez.

O anúncio foi feito pelo Ministro da Economia e da Proteção Climática Robert Habeck, que informou também que o programa será semelhante aos apoios concedidos pelo KfW durante a pandemia. Estão a ser estudadas outras medidas que visam aliviar a pressão sobre cidadãos e empresas por causa dos elevados preços energéticos.

Qual o âmbito do programa de créditos e que alívios serão considerados são questões ainda em análise. O Ministro acredita, no entanto, que a Alemanha está preparada para suportar os encargos adicionais: “As consequências das sanções e da guerra são perfeitamente previsíveis para a economia alemã e são, em parte, já sentidas”.

Até agora permanecia a expetativa de o segundo trimestre do ano trazer uma recuperação da economia alemã após a crise provocada pela pandemia; as consequências da guerra representam agora um peso adicional, pois todas as empresas têm de suportar as sanções contra a Rússia. Mas, na opinião de Habeck, a Alemanha só entrará em recessão se a produção parar.

O investimento das empresas alemãs na Rússia representa cerca de 20 mil milhões de euros, dos quais 7,4 mil milhões estão salvaguardados com garantias. Além deste valor, existem ainda cauções para negócios de exportação com aquele país no valor de 11 mil milhões de euros pelas quais o Estado alemão é responsável.

Habeck manifestou ainda a sua total oposição a um bloqueio às importações alemãs de petróleo, gás ou carvão da Rússia. A Alemanha tem uma forte dependência dos produtos energéticos russos à qual não poderá por um fim em poucos meses. No entanto, estão já ser estudadas alternativas para garantir o controlo dos preços e assegurar o fornecimento energético, nomeadamente através do reforço das reservas de carvão e gás e do apelo a uma maior poupança energética.

Fonte: Der Spiegel