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Relacionamento económico bilateral com a Alemanha em análise

16/09/2021

No âmbito das eleições para o Bundestag, o Parlamento alemão, a 26 de setembro, a agência Lusa falou com diversos representantes das principais associações empresariais portuguesas para conhecer a sua opinião sobre como será o relacionamento de Portugal com a Alemanha quando a Chanceler Angela Merkel deixar o cargo ao seu sucessor.

As empresas portuguesas não anteveem mudanças nas relações comerciais entre a Alemanha e Portugal, apesar da incerteza em torno da sucessão da "grande" e "carismática líder" Ângela Merkel, e realçam a relevância "de manter o importante relacionamento económico bilateral".

"Não antevejo qualquer alteração no ambiente de negócios com Portugal", disse à agência Lusa o Presidente da Confederação Empresarial de Portugal (CIP), enquanto o líder da Associação Empresarial de Portugal (AEP) sublinhou "a importância de, independentemente dos resultados eleitorais, se manter o importante relacionamento económico bilateral, quer em termos comerciais, quer de investimento".

"Não podemos esquecer que a Alemanha é uma das maiores economias e um dos principais exportadores e importadores mundiais, pelo que o seu âmbito de intervenção tem um impacto também global", sustentou o Presidente da AEP, Luís Miguel Ribeiro.

Salientando que a Alemanha se destaca como "o maior mercado e é também um dos principais parceiros de Portugal" na União Europeia - é o terceiro cliente nas exportações portuguesas de bens, com uma quota em torno de 12 porcento, e o segundo principal fornecedor, com um peso de cerca de 13 porcento - o dirigente associativo notou que, "em ambos os fluxos, há uma elevada concentração em bens industriais, nomeadamente máquinas e equipamento e material de transporte, ou seja, produtos com elevado grau tecnológico e valor acrescentado".

Adicionalmente, sustenta, "a Alemanha é também um importante país de origem do investimento direto estrangeiro em Portugal".

"Tudo isto significa que é um mercado que potencia uma estratégia de reindustrialização que a AEP defende para Portugal e que poderá contribuir para a redução do nosso défice crónico estrutural da balança comercial", considera Luís Miguel Ribeiro, acrescentando: "É este o foco que devemos continuar a ter no período pós-eleitoral".

Já o presidente da CIP, António Saraiva, reconhece que "a incerteza sobre os resultados das eleições de 26 de setembro e a solução governativa que se seguirá torna difícil especular sobre qual será a posição da Alemanha sobre importantes desenvolvimentos que marcarão o futuro próximo da União Europeia".