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Subida dos preços energéticos ameaça produção na Alemanha

28/07/2022

Cada vez mais empresas alemãs transferem as suas fábricas para fora do país ou reduzem a sua produção por causa da subida drástica dos preços energéticos. Este é um dos resultados do inquérito anual sobre a transição energética da Confederação das Câmaras de Comércio e Indústria alemãs (DIHK). Participaram nesta edição cerca de 3.500 empresas de todos os setores e regiões.

Cerca de 16 porcento das empresas industriais vê-se obrigada a reduzir a produção ou a encerrar algumas áreas de atividade face à situação atual que se vive no setor energético. Um quarto das empresas afirma já ter feito esta alteração, outro quarto está a implementar mudanças e cerca de metade ainda está a planear os próximos passos a dar.

Segundo o Presidente do DIHK Peter Adrian, estes são números alarmantes: “Estes números mostram até que ponto uma subida duradoura dos preços energéticos representa uma sobrecarga para o país enquanto local de produção. Muitas empresas não têm outra alternativa senão encerrarem ou transferirem a sua produção para outras localizações”.

Os setores de atividade com um consumo energético intensivo são, naturalmente, os mais afetados. Neste caso, os valores chegam a duplicar em relação à média verificada na indústria: 32 porcento destas empresas reduziram a sua produção ou as tarefas realizadas em áreas específicas. Cerca de um quarto, ou seja, oito porcento, já implementou estas medidas; 10 porcento estão a fazê-lo e outros 14 porcento têm planos nesse sentido.

Para Adrian, a redução do consumo de gás a que se assiste atualmente na indústria deve-se à redução da produção e não a medidas específicas de eficiência energética.

O inquérito demonstra ainda que, mesmo a meio do ano, muitas empresas ainda têm de assegurar quantidades significativas de gás para 2022. Apenas metade das empresas industriais já assegurou o seu fornecimento através de contratos, mais de um terço ainda tem de adquirir 30 porcento das suas necessidades para o corrente ano.

Para Peter Adrian, “a situação atual que se vive nos mercados energéticos representa riscos acrescidos para as empresas nos custos e no abastecimento de energia nos próximos meses. Muitas empresas também verificaram que, para se manterem competitivas a nível internacional, não podem aumentar os preços aos seus clientes”.

Fonte: DIHK