Logótipo de Câmara de Comércio e Indústria Luso-Alemã

Chanceler federal pede bolsa comum da UE

  • News

Friedrich Merz defende uma alternativa à bolsa de valores de Nova Iorque: ele pede uma bolsa comum dos Estados-Membros da UE.

3-economia@Michael Kappeler_dpa.jpg
@Michael Kappeler_dpa

«Precisamos de uma espécie de Bolsa de Valores Europeia, para que empresas de sucesso, como a Biontech da Alemanha, não tenham de recorrer à Bolsa de Nova Iorque», afirmou o chanceler federal Friedrich Merz, durante a declaração do governo sobre a cimeira da UE no Bundestag. Com esta afirmação, Merz retomou um debate que há anos se arrasta na União Europeia, sem que, até agora, tenham sido encontradas soluções concretas.
 

«As nossas empresas necessitam de um mercado de capitais suficientemente amplo e profundo, para que possam financiar-se melhor e, sobretudo, de forma mais célere», sublinhou Merz. Para isso, defendeu ser essencial concluir a união dos mercados de capitais da UE. Só assim a criação de valor resultante da investigação alemã e europeia poderá manter-se na Europa.
 

O pano de fundo desta discussão é o facto de empresas com raízes na Alemanha — como a Linde, a Birkenstock ou a Biontech — estarem cotadas em Wall Street, em vez de na Bolsa de Frankfurt. As bolsas europeias individuais são frequentemente consideradas demasiado pequenas face ao poderio financeiro dos Estados Unidos. A criação de uma bolsa comum na UE tem esbarrado, até agora, na concorrência entre os mercados nacionais — nomeadamente entre Frankfurt e Paris.
 

O Banco Central Europeu (BCE) está sediado em Frankfurt am Main, enquanto a Autoridade Europeia dos Valores Mobiliários e dos Mercados (ESMA) tem sede em Paris. Em junho, Merz já havia criticado a excessiva fragmentação do mercado de capitais da UE, apesar de o bloco ter mais habitantes do que os EUA e o Canadá juntos.
 

O chanceler federal voltou também a defender uma desregulamentação do setor bancário na União Europeia, embora sem entrar em pormenores. «Os bancos estão excessivamente regulamentados», afirmou. Como consequência, muitas vezes não conseguem fornecer às empresas o financiamento de que necessitam — o que trava o crescimento económico.
 

«A Alemanha defende, a nível europeu, uma simplificação da regulamentação do mercado financeiro», afirmou uma porta-voz do Ministério das Finanças à agência Reuters. O objetivo é reforçar a competitividade da Europa e da Alemanha enquanto centros financeiros, sem colocar em risco a estabilidade do sistema. Atualmente, decorrem vários trabalhos na Europa com vista à simplificação da regulação e da supervisão bancária, envolvendo a Comissão Europeia, o BCE e a Autoridade Bancária Europeia (EBA). No entanto, ainda não existem resultados concretos.
 

A Comissão Europeia anunciou um relatório sobre a competitividade do setor bancário para o próximo ano. «Estamos em contacto com todos os intervenientes e partes interessadas relevantes e iremos participar neste processo», afirmou a autoridade de Bruxelas.

 


Fonte: Spiegel Online, Reuters

Em categorias:

Procura outra coisa?

No nosso centro de informação, poderá encontrar as últimas notícias, downloads, vídeos, podcasts...

Ir para o Centro de Informações